Projeto-piloto está sendo desenvolvido em parceria com o Cibiogás, Embrart e Aecic
Um projeto-piloto para transformação de resíduos das indústrias em energia está em estudo na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), por meio do Conselho Temático de Energia, em parceria com o Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), a indústria de embalagens Embrart e a Associação das Empresas da Cidade Industrial de Curitiba (Aecic). A intenção é unir esforços e investimentos para implantação de uma planta de biogás – biocombustível produzido a partir da decomposição de materiais orgânicos que, após transformado, resulta em uma eficiente fonte de energia.
Ainda em fase de estudos, o projeto será uma alternativa para as empresas reduzirem os custos com a conta de luz e uma boa medida para minimizar impactos ambientais. Estão previstas três etapas de implantação: a Fiep é responsável por financiar a primeira fase, que envolve a realização de pesquisas e estudos de viabilidade técnica e econômica. Caso seja aprovado e avance, a Embrart, empresa especializada na produção de embalagens de papelão, localizada na Cidade Industrial de Curitiba, cederia parte de sua planta industrial para ser a sede da usina produtora de biogás, arcando com os custos de construção destas instalações. Ela centralizará o recebimento dos resíduos das indústrias parceiras que, por questões logísticas, estão localizadas no entorno da unidade.
O Cibiogás, envolvida na fase inicial para elaboração do parecer de viabilidade do projeto, também participa das demais fases de execução, oferecendo sua expertise na produção, transformação e uso do biogás, prestando serviços técnicos. Já a Aecic será responsável por levar o projeto ao conhecimento das indústrias associadas da região e formalizar a adesão das interessadas, que passarão a destinar seus resíduos à usina de biogás. Este material coletado em grandes volumes será fundamental para que a produção de energia seja feita em larga escala e possa beneficiar todas as empresas envolvidas no projeto.
Caso a experiência seja bem-sucedida, a intenção da Fiep é ampliar o estudo e implementar o projeto em outras regiões do estado, gerando uma espécie de colaboração compartilhada, em que há interesses em comum entre empresas. Entre eles, o corte considerável nos custos de insumos energéticos e o ganho de competitividade a partir dessa medida. Ainda a atuação de forma mais sustentável pela destinação adequada dos resíduos, E, por último, a redução nos passivos ambientais – obrigações de curto e longo prazo para melhoramento e preservação de recursos naturais, por meio de investimentos em ações para amenizar o impacto causado em processos industriais.
Sobre a produção do biogás
Com o encarecimento dosa insumos energéticos no Brasil e devido à necessidade de diversificação na matriz energética, a implantação de fontes alternativas de energia tem sido cada vez mais estimulada. O principal método de produção do biogás é a quebra biológica de material orgânico na ausência de oxigênio, conhecida como digestão anaeróbica. Em plantas industriais, os micro-organismos digerem a matéria-prima em um reator controlado, produzindo biogás com 50% a 70% de metano.
No caso do projeto-piloto da Fiep, os resíduos utilizados na produção do biogás serão transformados para posterior aproveitamento energético. Indústrias do ramo alimentício e derivados, de proteína animal, restaurantes, centrais de abastecimento, fábricas de papel e celulose, são exemplos de estabelecimentos que produzem resíduos com carga orgânica adequada para a produção do biogás e que têm potencial para serem parceiras do projeto.